sábado, 6 de outubro de 2012

Olhos, Visão e Cegueira

Funcionamento do Olho.

A estrutura e o funcionamento do olho são complexos e fascinantes. O olho ajusta constantemente a quantidade de luz que deixa entrar, foca os objetos próximos e distantes e gera imagens contínuas que instantaneamente são transmitidas ao cérebro.
Estrutura e função.

A parte anterior da relativamente forte camada branca externa do olho (a esclerótica ou branco do olho) está coberta por uma fina membrana (a conjuntiva).

A luz entra pela córnea, uma cúpula transparente que se encontra sobre a superfície do olho. Além de atuar como uma camada protetora da parte frontal do olho, a córnea também ajuda a concentrar a luz sobre a retina, na parte posterior. Depois de passar pela córnea, a luz entra na pupila, uma zona negra que se encontra no meio da íris (a área circular e colorida do olho).

A íris controla a quantidade de luz que entra no olho, abrindo-se e fechando-se como a abertura da lente de uma câmara. A íris permite que entre mais luz quando o ambiente está escuro e deixa que entre menos quando há muita luz. O tamanho da pupila é controlado pelo esfíncter da pupila, um músculo que abre e fecha a íris.

Por trás da íris encontra-se o cristalino. Ao mudar de forma, o cristalino concentra luz na retina. Para que o olho foque os objetos próximos, um pequeno músculo chamado ciliar contrai-se, fazendo com que o cristalino aumente de espessura e, consequentemente, se torne mais forte. Para que o olho foque objetos distantes, o mesmo músculo relaxa, diminuindo a espessura do cristalino e, assim, tornando-o mais fraco.

Com o passar dos anos, o cristalino costuma tornar-se menos flexível, menos apto a aumentar a sua espessura e, em consequência, menos capaz de focar os objetos próximos, uma doença chamada presbiopia.
Interior do Olho.

A retina contém os nervos que recebem a luz e o fornecimento do sangue que os nutre. A parte mais sensível da retina é uma área pequena chamada mácula, que tem centenas de terminações nervosas muito próximas entre si. Uma alta densidade de terminações nervosas gera uma imagem visual exata, do mesmo modo que uma película de alta resolução contém células mais estreitamente unidas. Então, a retina converte a imagem em impulsos elétricos, que são transmitidos ao cérebro pelo nervo óptico.

O nervo óptico liga a retina ao cérebro, dividindo-se em dois. Metade das fibras deste nervo cruzam para o lado oposto no quiasma óptico, uma área que se encontra por baixo da zona mais frontal do cérebro. Os feixes de fibras nervosas unem-se depois, uma vez mais, precisamente antes de chegarem à parte posterior do cérebro, lugar onde se recebe e se interpreta a visão.

O globo ocular divide-se em dois segmentos, cada um dos quais contém líquido. O segmento frontal estende-se desde a córnea até ao cristalino. O segmento dorsal (posterior) estende-se desde o limite posterior do cristalino até à retina.

O segmento anterior contém um líquido chamado humor aquoso que nutre as suas estruturas internas; o segmento posterior contém uma substância gelatinosa chamada humor vítreo. Ambos os fluidos permitem que o globo ocular conserve a sua forma.
Músculos, Nervos e Vasos Sanguíneos.

São vários os músculos que, trabalhando em conjunto, movem os olhos. Cada músculo é estimulado por um nervo craniano específico. A órbita óssea, que protege o olho, também contém muitos outros nervos. Como já foi mencionado, o nervo óptico sai pela parte posterior do olho e transmite ao cérebro os impulsos nervosos criados na retina.

O nervo lacrimal estimula as glândulas lacrimais para que produzam lágrimas. Outros nervos transmitem sensações a outras partes do olho e estimulam os músculos da órbita.

A artéria oftálmica e a artéria retiniana fornecem sangue a cada olho, enquanto a veia oftálmica e a veia retiniana o escoam. Estes vasos sanguíneos entram e saem pela parte posterior do olho.
Partes Protetoras.

As estruturas que rodeiam o olho protegem-no, ao mesmo tempo que lhe permitem mover-se livremente em todas as direções. Estas estruturas protetoras existem porque o olho está constantemente exposto ao pó, ao vento, às bactérias, aos vírus, aos fungos e a outras substâncias potencialmente nocivas e, ao mesmo tempo, permitem-lhe permanecer suficientemente aberto para receber os raios de sol.

As órbitas são cavidades ósseas que contêm os globos oculares, os músculos, os nervos, os vasos sanguíneos, a gordura e as estruturas que produzem e drenam as lágrimas. As pálpebras, umas pregas finas de pele, cobrem os olhos. Fecham-se de forma rápida e reflexa para proteger o olho dos objetos estranhos, do vento, do pó e da luz muito intensa. Com o pestanejar, as pálpebras contribuem para espalhar líquido sobre a superfície dos olhos e, quando se fecham, ajudam a manter a superfície úmida. Sem a referida umidade, a córnea, que normalmente é transparente, pode secar, danificar-se e tornar-se opaca.
Estruturas que protegem o olho.

A superfície interna da pálpebra é uma fina membrana chamada conjuntiva, que se dobra para trás para cobrir a superfície do olho.

As pestanas são pêlos curtos que crescem no bordo da pálpebra e que ajudam a proteger o olho agindo como uma barreira. Pequenas glândulas situadas na extremidade da pálpebra segregam uma substância oleosa que melhora a película lacrimal e evita que as lágrimas se evaporem.

As glândulas lacrimais, situadas no extremo superior externo de cada olho, produzem a parte aquosa das lágrimas. As lágrimas circulam desde os olhos até o nariz, através dos dois canais nasolacrimais. Cada um deles tem aberturas na extremidade das pálpebras superiores e inferiores, e estão próximos do nariz. As lágrimas mantêm a superfície do olho úmida e limpa; além disso, retêm e arrastam pequenas partículas que entram no olho. Por outro lado, as lágrimas são ricas em anticorpos que ajudam a evitar as infecções.
Cegueira.

Tanto uma ferida como uma doença no olho podem afetar a visão. A clareza da visão denomina-se acuidade visual, que oscila entre a visão completa e a falta de visão. À medida que a acuidade diminui, a visão torna-se cada vez mais imprecisa. A acuidade mede-se normalmente por meio de uma escala que compara a visão de uma pessoa a 6 m de distância com a de alguém que tenha a acuidade máxima. Em consequência, uma pessoa que tenha uma visão de 20/20 vê objetos a 6 m de distância com completa nitidez, enquanto uma pessoa com uma visão de 20/200 vê a 6 m o que uma pessoa com acuidade máxima vê a 60 m.

Legalmente, a cegueira define-se como uma acuidade visual inferior a 20/200, inclusivamente depois de uma correção com óculos ou lentes de contacto. Muitas pessoas que são consideradas legalmente cegas podem distinguir formas e sombras, mas não os pormenores normais.

Por representar a perda de um dos sentidos mais úteis no relacionamento do homem com o mundo, a cegueira é considerada uma deficiência grave, que pode ser amenizada por tratamento médico e reeducação, além do uso de tecnologias assistivas.

Em termos gerais, a cegueira pode ser proveniente de quatro causas:
Doenças infecciosas (tracoma, sífilis);
Doenças sistêmicas (diabetes, arteriosclerose, nefrite, moléstias do sistema nervoso central, deficiências nutricionais graves);
Traumas oculares (pancadas, ação de ácidos);
Causas congênitas e outras (catarata, glaucoma, miopia).

Em qualquer processo, a visão das cores é a primeira sensação visual a ser comprometida e a última a ser recuperada.

Causas da Cegueira.

A cegueira pode surgir devido a qualquer das seguintes razões:
A luz não chega à retina.
Os raios de luz não se concentram corretamente sobre a retina.
A retina não pode receber normalmente os raios de luz.
Os impulsos nervosos da retina não são transmitidos ao cérebro normalmente.
O cérebro não pode interpretar a informação enviada pelo olho.

São várias as perturbações que podem causar estes problemas que degeneram em cegueira. Uma catarata pode bloquear a luz que entra no olho de tal forma que ela nunca chega à retina. Os erros de focagem (refração) em geral podem ser corrigidos com lentes que o médico receita, embora nem sempre esta correção se consiga por completo. O descolamento da retina e as perturbações hereditárias, como a retinose pigmentar podem afetar a capacidade da retina para recepcionar a luz. A diabetes ou a degenerescência macular também podem danificar a retina. As perturbações do sistema nervoso, como a esclerose múltipla ou um inadequado fornecimento de sangue, podem danificar o nervo óptico, que transmite impulsos ao cérebro. Os tumores em estruturas próximas do cérebro, como a glândula hipófise, também podem danificar o nervo. As áreas do cérebro que interpretam os impulsos nervosos podem ficar danificadas por ataques cerebrais repentinos, tumores ou outras doenças.

Causas Frequentes da Cegueira.
Catarata

A causa mais frequente.
Pode ser curada com cirurgia.
Infecção

A causa mais comum e evitável.
Diabetes

Uma das causas mais frequentes.
Evitável através do controle da doença.
O tratamento com laser atrasa a perda de visão.
Degenerescência macular.

Afeta a visão central, não a periférica.
Evitável e tratável em menos de 10% das pessoas.
Glaucoma.

Pode-se tratar muito bem.
Se for tratado a tempo, não deve conduzir à cegueira.

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